Lula livre marca declínio da “República de Curitiba”

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Às 17h41 de sexta-feira (8), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) surgiu pela lateral do prédio da Superintendência da Polícia Federal (PF) de Curitiba. Vinha acompanhado de um pequeno séquito, formado por alguns de seus advogados e de lideranças petistas, como a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e o ex-ministro Fernando Haddad. Assim que o portão se abriu, a filha Lurian Cordeiro Lula da Silva, que esperava do lado de fora, o enlaçou em um abraço efusivo. Outros familiares, amigos e correligionários logo o cercaram. Ao lado deles, Lula caminhou triunfal até próximo de uma grade de isolamento, onde posou rapidamente para fotos, com o braço direito levantado em riste e o punho cerrado, e à frente de uma bandeira que ostentava uma imagem estilizada do seu rosto, acompanhada da expressão: “Lula Inocente”. O maior líder do PT estava livre, 580 dias após ter sido preso, condenado em segunda instância no chamado “caso do triplex do Guarujá”. Ao mesmo tempo, a soltura consolidava o arrefecimento da “República de Curitiba”.

Dali, o ex-presidente foi conduzido à “Vigília Lula Livre”, um acampamento instalado cerca de trinta metros adiante, na rua frontal à PF, desde que o ex-presidente foi preso. Conforme passava pela multidão, o petista era ovacionado, enquanto alguns dos militantes choravam e tentavam tocá-lo. Em um palco erguido no fim da manhã, Lula discursou por quase 18 minutos. Falando de forma pausada, andando de um lado a outro, adotou uma performance que lembrava um comício. E como se estivesse em campanha, Lula optou por um tom ferino, que não poupou o presidente Jair Bolsonaro (PSL), o ministro da Justiça e ex-juiz, Sergio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol, do Ministério Público Federal (MPF). A exemplo do que já vinha fazendo em entrevistas concedidas quando ainda estava preso, o petista voltou a alegar inocência. Assim como no discurso que proferiu no dia em que foi preso – em 7 de abril de 2018 –, Lula se referiu a si mesmo como “uma ideia”.

“Eu quero que vocês saibam que o lado mentiroso da Polícia Federal, que fez um inquérito contra mim, que o lado mentiroso e canalha do Ministério Público Federal, da força-tarefa [da Lava Jato] e o Moro, eles têm que saber que eles não prenderam um homem. Eles tentaram matar uma ideia. E uma ideia não desaparece”, disse. “Eu quero lutar para provar que, se existe uma quadrilha e um bando de mafioso neste país, é essa maracutaia que eles fizeram para tentar, liderados pela Rede Globo, criar a imagem de que o PT precisava ser criminalizado e que o Lula era bandido”, acrescentou.

Logo, o ex-presidente deixaria Curitiba para trás. Já na manhã seguinte, de sábado (9), embarcaria em um voo fretado com destino a São Paulo, onde a militância o aguardava. Lula voltaria a São Bernardo do Campo, São Paulo, reduto metalúrgico de onde emergiu como liderança sindical e política. Ainda em seu primeiro discurso após deixar a carceragem da PF, o petista apontou também que deve retomar suas caravanas pelo Brasil, deixando claro que pretende voltar à militância política e aos palanques. “Eu tenho vontade de voltar, porque esse país pode ser muito melhor na hora em que tiver um governo que não minta tanto pelo Twitter, como o Bolsonaro mente”, cutucou.

 

O pedido de soltura de Lula se baseou na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que na quinta-feira (7) havia fixado novo entendimento em relação à prisão em segunda instância, voltando a admitir início do cumprimento de pena somente após as condenações terem transitado em julgado – esgotando possibilidades de recurso. Assim que o presidente do SFF, ministro Dias Toffoli proferiu seu voto, desempatando a matéria em seis votos a cinco, os militantes da “Vigília Lula Livre” comemoraram, com a sensação de que a soltura do ex-presidente nunca estivera tão perto. Já pela manhã de sexta-feira, o “Bom dia, presidente” – ato em que os acampados bradam treze saudações seguidas a Lula – contou com um coro de mais de duzentas vozes, volume bem maior que o usual. Logo, os advogados do ex-presidente entraram na sede da PF para uma audiência com o cliente ilustre. Enquanto isso, do lado de fora, mais e mais pessoas chegavam ao entorno, fosse em ônibus de caravanas do partido ou de movimentos sociais, fossem curitibanos com a expectativa de testemunhar a saída do líder petista. A concentração era tamanha que, ainda no fim da manhã, integrantes da própria “Vigília” instalaram grades de segurança, isolando a rua de acesso à PF. O “formigueiro”, como os próprios militantes se referem ao movimento, estava atiçado.

Logo no início da tarde, os advogados de Lula, Cristiano Zanin e Waleska Martins, chegaram ao prédio da Justiça Federal, localizado a cinco quilômetros da sede da PF. Após tomarem um longo chá de cadeira, foram recebidos em uma audiência de “quinze minutos” – como eles mesmo definiram – pelo juiz federal Danilo Pereira Júnior, a quem caberia decidir se o ex-presidente poderia deixar a prisão. Ao deixar o prédio, às 15h50, Zanin disse aos repórteres que apenas expôs ao magistrado sua argumentação e que pediu celeridade na decisão. Negou que já tivesse indícios de que o petista seria volto. Um sorriso contido no rosto do advogado, no entanto, denotava que a demanda seria atendida. Às 16h15, o juiz expediu o alvará, mandando colocar Lula em liberdade.

Pelo sistema de som instalado na “Vigília”, às 16h28 a locutora anunciou: “Gente, o juiz expediu o alvará. O Lula vai sair!”. A multidão explodiu em gritos e palavras de ordem. Enquanto todos os olhares se voltavam ao portão da PF, músicos e cantores se revezavam ao palco, interpretando canções como “Apesar de Você” (Chico Buarque), “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores” (Geraldo Vandré) e “Massa Falida”(Duduca e Dalvan) – esta última, elogiada por Lula, em seu primeiro discurso. Paralelamente, junto à saída do prédio, começaram a se aglomerar familiares do ex-presidente, como Lurian, o neto Thiago Trindade, e a noiva Rosângela da Silva, a Janja, além de quadros reconhecidos do partido, como o ex-senador Lindbergh Farias e o ex-deputado Wadih Damous. Logo, todos estariam ao lado de Lula, no palco da “Vigília”, juntamente com outros petistas paraenses, como os ex-deputados Doutor Rosinha e Angelo Vanhoni.

 

O novo entendimento do STF, é claro, não se restringe ao ex-presidente, mas a todos os réus condenados em segunda instância que estão presos – e que não sejam alvo de outras condenações ou de medidas cautelares, como prisão preventiva. A decisão já afetou outros presos ilustres da Lava Jato: ainda na noite de sexta-feira, o ex-ministro José Dirceu foi posto em liberdade. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto – que desde 6 de setembro, cumpre pena em regime semiaberto, monitorado por uma tornozeleira eletrônica – também foi libertado. Um levantamento do MPF apontou que o posicionamento do Supremo pode mandar para as ruas, além de Lula, Zé Dirceu e de Vaccari, outros 34 condenados em segundo grau, entre presos já estavam no semiaberto e condenados que cumpriam pena no regime fechado. Entre os impactados pela decisão, estão o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, o lobista João Augusto Rezende Henriques – apontado como operador do MDB –, e o pecuarista José Carlos Bumlai. O ex-deputado Eduardo Cunha (MDB) e o ex-governador do Rio Sérgio Cabral vão continuar presos porque, apesar de a condenação de ambos não ter transitado em julgado, eles foram alvos de prisão preventiva. “Outros 307 denunciados, que aguardam julgamento em primeira instância, também poderão ser beneficiados, visto que só cumprirão pena depois de um longo período de trânsito do processo. O mesmo se aplica a parte dos 85 condenados já condenados em primeira instância e que aguardam o julgamento de recursos no tribunal”, consta de nota emitida pelo MPF. “A Força-Tarefa vê risco de retrocesso no combate à corrupção e à impunidade”, acrescentaram os procuradores da Lava Jato.

A soltura dos presos famosos e o enfraquecimento da Lava Jato selam o declínio da “República de Curitiba”, expressão que veio à tona em 16 de março de 2016, quanto o então juiz Sergio Moro tornou pública a gravação de uma ligação telefônica entre Lula e a então presidente Dilma Rousseff (PT), interceptada pela PF. “Eu, sinceramente, tô assustado com a República de Curitiba. Porque a partir de um juiz de primeira instância [Moro], tudo pode acontecer nesse país”, disse Lula. Posteriormente, Moro reconheceu que “errou” ao divulgar a gravação – o diálogo tinha ocorrido às 13h32, duas horas e dez minutos depois de o próprio magistrado ter determinado o fim do grampo. Para o grosso da opinião pública, no entanto, pouco importava. Na ocasião, a Lava Jato vivia seu auge em repercussão midiática e em apoio popular. Naquele mesmo 16 de março, em apoio à força-tarefa, um grupo de pessoas ergueu o que se chamou de “Acampamento da Justiça”, na praça que fica em frente ao prédio da Justiça Federal, em Curitiba. Ao longo dos meses seguintes, as barracas deram lugar a um contêiner que passou a funcionar como uma espécie de quartel-general do grupo, onde dezenas de pessoas permaneciam, sempre com camisetas verde e amarelas, distribuindo adesivos em que se lia: “Eu apoio a Lava Jato”. O local chegou a se tornar um ponto de visitação de turistas e fomentou um comércio aquecido de “Pixulecos” – bonecos que simbolizavam Lula, com roupa de presidiário – e camisetas com estampas do rosto de Moro e com frases, como: “República de Curitiba: aqui se cumpre a lei”.

O frisson em torno da Lava Jato atraiu até celebridades. Em agosto de 2016, três semanas antes da destituição de Dilma, uma comitiva formada pelos atores Victor Fasano, Luana Piovani, Lucinha Lins e Susana Vieira, além do cantor Raimundo Fagner, foi recebida por Moro, na sala da 13a Vara Federal de Curitiba. Os artistas levavam um pen-drive com assinaturas de outras pessoas do meio artístico, em apoio ao pacote das “Dez Medidas Contra a Corrupção”, iniciativa então encampada por Moro e Dallagnol. “Eu acho que as pessoas do Norte e do Nordeste não têm conhecimento do que está sendo feito aqui [na sede da Justiça Federal, em Curitiba]. (…) Tem que espalhar isso para o Brasil”, disse-me Suzana Vieira, na ocasião, apesar de seu colega Fagner ser nordestino. Naquele mesmo mês, em 31 de agosto, o “Acampamento da Justiça” foi um dos dois principais pontos em que a “República de Curitiba” comemorou a aprovação do impeachment de Dilma, reunindo centenas de pessoas.

Segundo seguranças da Justiça Federal, o acampamento foi se desmobilizando aos poucos, após a prisão de Lula e a eleição de Bolsonaro. Em julho – semanas após o início da publicação de mensagens trocadas por membros da Lava Jato –, a estrutura foi completamente desmontada. Na sexta-feira em que Lula foi solto, não se viu na praça um único apoiador da força-tarefa. A derradeira intervenção do grupo que permanecia ali era uma placa de cerca de três metros de altura, em favor da “CPI da Lava Toga”. No início da tarde, no entanto, a instalação foi deitada abaixo por um pequeno grupo de manifestantes que vestiam camisetas vermelhas. Ninguém reagiu.

Conforme aumentava em repercussão, a Lava Jato também colocava em evidência uma série de escritórios de direito da capital paranaense. Alguns advogados radicados em Curitiba chegaram a acumular a defesa de vários réus, como o Marlus Arns, que representou cerca de 25 implicados na operação e que costurou a delação de empreiteiros da Camargo Corrêa, como Paulo Augusto Santos, Dalton Avancini e Eduardo Leite. Outro defensor que ganhou projeção com a Lava Jato foi o advogado Adriano Bretas, que teve cerca de 15 clientes, entre os quais o ex-ministro Antonio Pallocci. Ambos não responderam aos pedidos de entrevista enviados pela piauí.

Por sua vez, o advogado Rafael Guedes de Castro, que integra a defesa do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB) atribui a projeção dos defensores da capital paranaense à “história de tradição e profissionalismo da advocacia criminal curitibana”. Apesar disso, no entanto, ele não deixa de apontar excessos cometidos pela Lava Jato. O defensor questiona o próprio rótulo “República de Curitiba” que, na avaliação dele foi “apropriado por uma parcela da sociedade inebriada pela publicidade opressiva” e que “não contribui em nada com a racionalidade e o equilíbrio que deve nortear a justiça”. Além disso, Guedes de Castro também é contundente ao criticar a glamourização de advogados que atuaram na defesa de réus da operação. “Não há nada o que comemorar. As prisões alongadas, decisões ilegais proferidas, excessos de acusação, utilização de performances meramente midiáticas da Polícia Federal, causaram dor e sofrimento a muitas famílias. O retrocesso em termos jurídicos e institucionais é evidente. A verdade da advocacia está na vocação e na luta contra o arbítrio”, apontou. “A publicidade opressiva das causas criminais expõe a pior faceta de uma sociedade, principalmente quando agentes estatais, que deveriam ter consciência das funções que ocupam, alimentam de forma absolutamente ilegal matérias jornalísticas. Isso traz evidente prejuízo, pois o que se pretende, na verdade, é a manipulação da opinião pública. Cria-se fora dos autos do processo as justificativas para condenações”, acrescentou.

A percepção é parecida à do diretor de Prerrogativas da seção paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Alexandre Salomão, disse que a categoria nunca se sentiu envaidecida pelo rótulo “República de Curitiba”. Pelo contrário: os advogados viam a expressão como uma distorção de uma frase retirada de contexto. Ele lembra que, apesar do enfraquecimento da Lava Jato, ainda há uma série de processos conexos tramitando na Justiça Federal do Paraná. Mesmo que os clientes renomados minguem, ele diz que a advocacia curitibana não será afetada por isso. “Não concordamos com a expressão ‘República de Curitiba’, porque ela vai contra a Constituição, como se Curitiba não fizesse parte da República Federativa do Brasil. Talvez a operação tenha trazido o foco da grande mídia pra cá, mas Curitiba sempre teve tradição jurídica”, disse.

 

Na manhã seguinte à soltura do ex-presidente, no sábado, militantes começavam a desmobilizar a “Vigília Lula Live”. Enquanto alguns varriam o chão, outros empilhavam cadeiras de plástico e encaixotavam toda sorte de utensílios. Em meio ao serviço, passavam em retrospecto os 580 dias que o acampamento permaneceu erguido no entorno da sede da PF. O metalúrgico aposentado Sebastião Curi, que havia se juntado ao grupo na mesma semana em que o líder do PT foi preso, ainda custava a acreditar naquilo que classificava como “uma vitória da justiça”. “Depois de tanta coisa, a gente tá saindo vitorioso. O Lula acabou se tornando cada vez maior e eles [da Lava Jato] foram ficando pequenos”, disse, com a fala entrecortada pelo choro. “Quando ele [Lula] saiu, a nossa sensação é de que tínhamos ganhado uma eleição ou uma Copa do Mundo. Todos nós aprendemos muito nesse período. A grande experiência da minha vida foi aqui”, avaliou, também em lágrimas, Rosane Silva, uma das coordenadoras do espaço.

Por enquanto, parte da estrutura vai permanecer no terreno – que é alugado –, pelo menos até que o PT e os movimentos sociais decidam o que fazer com o lugar. “Muita gente defende a compra do terreno e a criação de um memorial aqui. Outra corrente quer instalar um centro de formação política. Tudo isso vai ser deliberado nos próximos dias, inclusive com a opinião do Lula”, disse Silva. Não haverá, no entanto, a movimentação que os vizinhos se acostumaram a ver ao longo do último um ano e sete meses. “A gente vai manter uns três seguranças aqui, pra vigiar as coisas. E só”, disse a coordenadora.

No Empório Zambrano, praticamente o único ponto comercial nas imediações da PF, a rotina vai voltando à normalidade. Enquanto Lula esteve preso, as mesas do café-restaurante acabaram funcionando como ponto de reunião para o staff petista, antes das visitas e audiências com o ex-presidente. Dono do estabelecimento, Eduardo Vilas Boas se acostumou a receber os advogados Cristiano Zanin, Valeska Martins, Manoel Caetano e Luiz Carlos da Rocha, além de integrantes da cúpula do PT. Mais do que isso: o bistrô chegou a preparar grelhados “de reforço” ou marmitas com almoço executivo que seriam servidas ao ex-presidente – que, às quintas-feiras (dia de visita), almoçava na companhia da namorada. Entre os pratos, um dos clássicos da casa: bife de fígado acebolado. “Principalmente quando ela [Rosângela] entrou no circuito e começou a cuidar da alimentação dele, a coisa ficou mais intensa. Na maior parte das vezes, fazíamos grelhado, bife de chorizo. Frango grelhado também saía bem. Quando avisavam com antecedência, dava para preparar uma coisa especial, uma chuletinha”, contou o proprietário. Os pratos executivos custam entre 18 e 25 reais. O restaurante foi inaugurado em junho do ano passado, não de olho no público da vigília, mas no fluxo de advogados e pessoas que vão à PF tirar passaportes. Com o fim do acampamento, perde os fregueses ilustres ligados a Lula, mas, por outro lado, o dono espera passar a receber clientes que evitavam o empório por causa da proximidade com o ponto de militância petista. “Em relação ao movimento, não vai mudar muito. O público da vigília não vinha muito aqui. Vai fazer falta, porque a gente tinha uma certa afinidade com essas pessoas [advogados de Lula e políticos]. A gente se acostumou com eles aqui. Era divertido pelo movimento”, disse Vilas Boas.

Entre os moradores do entorno, a sensação era de alívio. A sede da PF fica no Santa Cândida, último bairro da área norte de Curitiba e que faz divisa com Colombo, município da região metropolitana. Trata-se de uma área essencialmente residencial e silenciosa, em que praticamente não há prédios e em que predominam casas de classe média. Com Lula em liberdade, a expectativa do comerciante Maurecir Soika, que mora no bairro há mais de vinte anos, é de voltar a gozar da tradicional tranquilidade local. Casado com uma mulher “anti-Lula”, ele relatou muitos momentos de tensão entre moradores e militantes, mas acrescentou que, com o passar do tempo, começou a aprender com as diferenças entre ele e os acampados. Enquanto, à distância, assistia ao desmonte da “Vigília”, o comerciante sentia como se aquela etapa da história tivesse chegado ao fim. “Para nós, vai ser um alívio. No começo, foi uma bagunça. Acampavam na minha calçada, mijavam na frente da minha casa. Mas acabou”, disse. “Eu não me meto muito em política. Parece que está todo mundo no mesmo pacote. Particularmente, fiquei muito contente quando o Bolsonaro ganhou. Parecia que a coisa ia melhorar… Agora, com a saída do Lula parece que é o fim da ‘República de Curitiba’. O negócio é tocar a vida…”, completou.

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